Em uma fração de segundo, tudo pode mudar. Um acidente violento. Um infarto inesperado. Um incêndio que foge do controle. Nessas situações extremas, uma única ação se torna vital: ligar para o número de emergência certo.
Mas você realmente sabe quando ligar para o 190, 192 ou 193? E mais: o que acontece do outro lado da linha após o seu pedido de socorro?
No Brasil, esses três números concentram o socorro imediato de milhares de pessoas todos os dias. Porém, por trás de cada chamada, existe um sistema complexo e altamente coordenado — com profissionais treinados, protocolos rigorosos e decisões que precisam ser tomadas em segundos.
Neste artigo, vamos revelar os bastidores do atendimento de emergência no país. Você vai entender o papel de cada número, como funciona a triagem, quais são os maiores desafios e como a tecnologia está transformando os sistemas de resposta rápida.
Porque conhecer o sistema de emergência pode, um dia, salvar a sua vida.
A Origem dos Números de Emergência no Brasil (E os Outros Números que Poucos Conhecem)

Se você mora no Brasil, certamente já ouviu falar nos números 190, 192 e 193. Eles estão estampados em viaturas de emergência, em campanhas educativas, nos livros escolares e até em brinquedos infantis. Mas será que você realmente sabe como esses números surgiram, por que são diferentes e quando acionar cada um deles?
A história dos números de emergência no Brasil começou na década de 1970, durante um período de reformulação dos serviços públicos. A proposta era clara: padronizar o atendimento de urgência, separando os tipos de ocorrência para melhorar a resposta e evitar o congestionamento de chamadas.
Foi assim que nasceram os três principais números:
190: destinado à Polícia Militar, para situações de segurança pública, como crimes em andamento, assaltos, violência doméstica e distúrbios urbanos.
193: exclusivo para o Corpo de Bombeiros, especializado em incêndios, acidentes graves com vítimas presas em ferragens, afogamentos, resgates em altura e outras situações de risco técnico.
192: reservado ao SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), voltado para emergências clínicas como infartos, AVCs, crises hipertensivas e outras situações médicas críticas.
Por que o Brasil tem vários números e não apenas um?
Enquanto o Brasil optou por uma estrutura descentralizada, com números distintos para cada órgão, países como os Estados Unidos (911), União Europeia (112) e Reino Unido (999) adotaram modelos unificados. A vantagem desses modelos é a simplicidade para o cidadão. Basta memorizar um único número. No entanto, isso também gera desafios, como a sobrecarga no atendimento e o risco de erros de triagem.
No Brasil, há debates sobre unificar os números, mas o modelo descentralizado continua vigente. E é justamente essa multiplicidade que gera dúvidas — especialmente nos momentos mais críticos.
Quando ligar para o 192 (SAMU) e quando ligar para o 193 (Bombeiros)?

Saber a diferença entre o SAMU e os Bombeiros pode ser determinante no tempo de resposta:
Ligue 192 – SAMU em casos como:
Dores intensas no peito
Dificuldade para respirar
Convulsões
Desmaios
Acidentes com vítimas conscientes em estado grave
Quadro clínico de emergência
Ligue 193 – Bombeiros em situações como:
Incêndios residenciais ou em veículos
Acidentes com vítimas presas nas ferragens
Quedas em locais de difícil acesso
Afogamentos
Resgates em altura ou espaços confinados
Outros Números de Emergência Pouco Conhecidos (Mas Vitais)

Número | Serviço | Quando usar |
---|---|---|
Enchentes, desabamentos, desastres naturais | ||
Acidentes em rodovias federais | ||
198 | Polícia Rodoviária Estadual | Ocorrências em rodovias estaduais |
197 | Polícia Civil | Denúncias e investigações após o crime |
Crimes federais, imigração, fronteiras | ||
181 | Disque Denúncia | Denúncias anônimas sobre tráfico, violência etc. |
Informações e orientações médicas da saúde pública | ||
153 | Guarda Municipal | Apoio à segurança patrimonial e urbana |
128 | Emergência no MERCOSUL | Apoio a brasileiros em países do bloco regional |
Saber o número certo salva vidas
Em momentos de pânico, é comum hesitar, discar o número errado ou precisar ser redirecionado — e cada minuto conta. Conhecer o número correto não é só um detalhe técnico, é uma ação preventiva, que acelera o socorro e aumenta as chances de sobrevivência.
No próximo capítulo, vamos explorar o que acontece quando você faz uma ligação de emergência. Como funciona a triagem? Quem decide qual viatura será enviada? E por que esse processo é mais estratégico e tecnológico do que você imagina?
O Primeiro Contato: Como Funciona o Atendimento de Emergência

A ligação foi feita. Você discou 190, 192 ou 193. Agora, a vida está do outro lado da linha.
Mas o que acontece nesse exato momento?
A chamada não vai direto para uma viatura. Ela chega a uma central de atendimento de emergência, onde operadores treinados trabalham 24 horas por dia, 7 dias por semana. Eles são os primeiros a ouvir seu pedido de socorro — e precisam agir com rapidez e precisão.
Esses profissionais seguem protocolos de triagem com perguntas fundamentais:
Qual o endereço exato?
A vítima está consciente?
Há risco de explosão ou incêndio?
Quantas pessoas estão envolvidas?
Enquanto você responde, o atendente insere os dados no sistema, localiza o chamado no mapa e inicia o acionamento da viatura adequada. Esse processo é chamado de atendimento integrado: enquanto um operador coleta as informações, outro já pode estar despachando a equipe mais próxima.
Em centrais modernas de emergência, como as que utilizam softwares de geolocalização, o sistema sugere automaticamente as viaturas mais próximas, com base em mapas digitais em tempo real.
Em casos graves, o atendente pode orientar procedimentos de primeiros socorros por telefone, como massagens cardíacas em paradas respiratórias. E se houver dúvida sobre o tipo de atendimento necessário, pode acionar SAMU e Bombeiros ao mesmo tempo, para garantir a resposta mais eficaz.
Mas tudo depende de um fator essencial: você.
Dar informações claras, manter a calma e permanecer na linha até o fim são atitudes que podem fazer a diferença entre a vida e a morte.
No próximo capítulo, vamos mostrar como as viaturas são despachadas e como a mobilização das equipes acontece em segundos.
O Despacho e a Saída das Viaturas
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Quando a central autoriza a resposta, cada segundo passa a valer ouro.
A ficha gerada pelo atendimento é enviada ao setor de despacho operacional, que identifica o tipo de viatura ideal, os equipamentos necessários e o grau de prioridade. Em acidentes com vítimas presas nas ferragens, por exemplo, é acionada uma Unidade de Resgate. Se há risco de incêndio, vai também um caminhão de combate. Quando há vítimas em estado grave, o SAMU pode ser acionado com suporte avançado.
Tudo isso precisa acontecer em segundos.
E por isso, nos quartéis, o protocolo exige que as equipes estejam prontas para sair em até 60 segundos — é o chamado tempo de engajamento.
A cidade escuta as sirenes. O socorro está a caminho.
Mas o trajeto nem sempre é fácil. Trânsito, falta de sinalização e motoristas que não abrem passagem são obstáculos que podem atrasar o atendimento — e mudar o desfecho da ocorrência.
Durante o deslocamento, a equipe segue conectada à central via rádio, recebendo atualizações em tempo real.
Ao chegar no local, cada ocorrência é uma surpresa. Por isso, os profissionais treinam para agir com precisão mesmo no caos — e manter o controle emocional diante do inesperado.
No próximo capítulo, vamos entender por que tantos trotes acontecem — e como isso prejudica o socorro real.
Trotes: O Risco Invisível que Prejudica o Socorro

Enquanto milhares de pessoas ligam todos os dias pedindo ajuda real, um número alarmante de chamadas para os números de emergência no Brasil não passa de trote.
Trotes são ligações falsas, feitas de forma irresponsável — muitas vezes por brincadeira — para o 190 (Polícia Militar), 192 (SAMU) ou 193 (Corpo de Bombeiros). E apesar de parecerem inofensivos, causam prejuízos reais, colocam vidas em risco e sobrecarregam os sistemas de emergência.
Segundo dados oficiais, em algumas regiões, até 30% das chamadas recebidas são trotes. Isso significa que enquanto uma viatura atende uma falsa ocorrência, alguém em perigo de verdade pode ficar sem socorro.
Além disso, trotes desviam recursos, geram deslocamentos desnecessários, colocam equipes em risco e impactam negativamente o tempo de resposta para emergências reais.
Trote é crime.
O Código Penal Brasileiro enquadra essa prática como infração penal. E quando há mobilização indevida de recursos públicos, o trote pode ser enquadrado em crimes mais graves, como comunicação falsa de crime ou contravenção.
Muitos serviços já utilizam identificação de chamadas, rastreamento por geolocalização e bloqueio de números reincidentes. Mas a conscientização ainda é a arma mais eficaz.
Ensinar crianças e adolescentes sobre a gravidade dos trotes deve ser um dever das famílias e das escolas. É preciso reforçar que, por trás de cada ligação, há profissionais prontos para salvar vidas — não para serem enganados.
Ao usar corretamente os números de emergência, você ajuda a preservar um sistema que pode um dia salvar você ou alguém que você ama.
No próximo capítulo, vamos explorar o futuro desses serviços no Brasil e como a tecnologia está revolucionando o atendimento de emergência.
Encerramento: Informar Também é Salvar
Agora que você conhece os bastidores do 190, 192 e 193, fica um convite à consciência.
Ao fazer uma ligação de emergência, alguém do outro lado para tudo para te ajudar. Mas essa ajuda depende da clareza, precisão e responsabilidade com que você age.
Evite trotes. Mantenha a calma. Informe corretamente o que está acontecendo.
Cada segundo pode significar a diferença entre a vida e a morte.
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Quanto mais pessoas souberem o que fazer numa emergência, mais vidas poderão ser salvas.
Porque sim: informar também é salvar.
Assista ao vídeo:
Perguntas Frequentes (FAQ) sobre os Números de Emergência no Brasil
1. Qual a diferença entre 190, 192 e 193?
190 é da Polícia Militar, 192 é do SAMU (emergência médica) e 193 é do Corpo de Bombeiros.
2. Quando devo ligar para o 190?
Em casos de violência, assaltos, brigas, furtos, agressões ou ameaças à segurança pública.
3. Quando devo ligar para o SAMU (192)?
Em situações clínicas graves como infarto, AVC, convulsão, desmaio ou falta de ar severa.
4. Em que situações ligar para o 193?
Em incêndios, afogamentos, resgates em altura, acidentes com vítimas presas ou risco físico.
5. O Brasil tem um número de emergência unificado como o 911?
Não. Atualmente, os serviços são divididos: 190 (Polícia), 192 (SAMU), 193 (Bombeiros).
6. O que acontece quando ligo para o 192?
A chamada é atendida por um regulador médico que avalia a gravidade e aciona a ambulância.
7. O 193 também atende emergências médicas?
Não. O 193 é específico para ocorrências do Corpo de Bombeiros.
8. Trotes para números de emergência são crime?
Sim. Trotes são infrações penais e podem gerar multas e até prisão.
9. Posso ser multado por trote para o SAMU?
Sim. Algumas regiões aplicam penalidades e rastreiam números reincidentes.
10. Posso ligar para o 192 por qualquer motivo de saúde?
Não. O 192 é para emergências médicas. Casos leves devem ir para unidades básicas de saúde.
11. Como funciona o 190 na prática?
Você fala com um atendente que identifica a situação e aciona a viatura da PM.
12. O que é tempo de resposta nas emergências?
É o intervalo entre a ligação e a chegada da equipe ao local da ocorrência.
13. Como ocorre o despacho de viaturas?
Após triagem, a central escolhe a viatura certa com base no tipo de ocorrência.
14. Como saber se ligo para o SAMU ou Bombeiros?
SAMU para problemas de saúde. Bombeiros para riscos físicos, incêndios ou resgates.
15. O que é considerado uma emergência médica?
Infartos, AVCs, paradas cardíacas, hemorragias, convulsões, entre outras situações graves.
16. O 193 atende acidentes de trânsito?
Sim, especialmente quando há vítimas presas ou risco de explosão/incêndio.
17. O SAMU pode acionar os Bombeiros?
Sim. Os serviços são integrados e se comunicam conforme a necessidade do caso.
18. Devo ligar para o 190 se ouvir tiros?
Sim. Situações de risco à segurança pública devem ser imediatamente reportadas ao 190.
19. Quantos trotes o SAMU recebe por dia?
Em algumas cidades, cerca de 30% das chamadas ao 192 são falsas.
20. Existe número único como o 911 nos EUA?
Ainda não. O Brasil utiliza múltiplos números para emergências distintas.
21. O que é o Disque Saúde 136?
É o número do Ministério da Saúde para orientações e dúvidas não emergenciais.
22. Quando usar o número da Defesa Civil (199)?
Em desastres como enchentes, deslizamentos, desabamentos e riscos estruturais.
23. Como funciona o atendimento do 193?
A central faz a triagem e despacha viaturas especializadas conforme o tipo de emergência.
24. O SAMU orienta primeiros socorros por telefone?
Sim. Atendentes podem orientar manobras como RCP (ressuscitação cardiopulmonar) por telefone.
25. Quanto tempo leva para uma viatura chegar?
Depende do local, trânsito e gravidade. Pode variar de 5 a 30 minutos.
26. E se eu desligar antes de terminar a chamada?
Isso atrasa ou anula o atendimento. Nunca desligue até o atendente liberar a ligação.
27. Ligar para 190, 192 ou 193 é gratuito?
Sim. As ligações são 100% gratuitas e funcionam mesmo sem créditos no celular.
28. O que informar ao ligar para emergência?
Informe o endereço completo, o tipo de ocorrência e o estado da vítima.
29. As centrais funcionam 24 horas?
Sim. Todos os serviços operam ininterruptamente, inclusive aos fins de semana e feriados.
30. Posso acionar SAMU e Bombeiros ao mesmo tempo?
Sim. Em casos complexos, ambas as equipes podem ser mobilizadas simultaneamente.