Você entra no elevador em mais um dia comum, a caminho do trabalho. Aperta o botão, sente o leve deslocamento… mas, de repente, tudo para. Um solavanco, um barulho estranho… e o silêncio toma conta. A luz ainda está acesa, mas a cabine não se move. Você está preso. O coração dispara.
E agora?
Muitas pessoas não sabem como agir nesse tipo de situação. Por isso, é comum surgirem dúvidas imediatas, como:
Será que o elevador pode despencar?
É melhor sair sozinho?
Posso usar o alarme?
Quanto tempo demora o resgate?
Neste artigo, você vai entender o que acontece quando um elevador trava entre andares. Além disso, vai descobrir como funcionam os protocolos de segurança, o que dizem as normas de manutenção, e por que os bombeiros são os mais preparados para agir com rapidez e segurança.
Vamos também desmistificar os principais mitos sobre quedas de elevadores e panes elétricas. Em seguida, explicaremos o que não fazer nessas situações.
Informar-se é a melhor forma de se proteger. Continue lendo e esteja preparado caso um dia isso aconteça com você.
Como Funciona um Elevador e o Que Pode Fazer Ele Travar? Entenda os Riscos Reais

Os elevadores fazem parte da nossa rotina. Seja em prédios residenciais, comerciais ou hospitais, eles estão por toda parte. Mas o que poucos sabem é como esses equipamentos funcionam internamente — e o que pode levar um elevador a parar de repente, prendendo passageiros e exigindo uma resposta de emergência.
Como um Elevador Funciona por Dentro?

Por trás de cada viagem vertical existe um sistema altamente técnico, composto por motores, cabos, sensores e painéis de controle. Os dois tipos mais comuns são:
Elevador elétrico: usa cabos de aço, contrapesos e um motor para movimentar a cabine.
Elevador hidráulico: movimentado por pistões e fluido pressurizado, ideal para edifícios baixos.
Ambos os sistemas são projetados para operar com freios automáticos, sensores de posição, limitadores de velocidade e outros dispositivos de segurança. Ainda assim, nenhum equipamento está isento de falhas.
Componentes de um elevador

Ilustração mostra os principais componentes de um elevador convencional, incluindo cabos de tração, contrapeso, freios de segurança, operador de portas e sistema de controle. Cada peça é essencial para garantir o funcionamento seguro e eficiente do equipamento. Fonte: bastidoresdaemergencia.com.br
O Que Pode Causar o Travamento de um Elevador?

Diversos fatores podem interromper o funcionamento de um elevador. Os principais são:
1. Sobrecarga
Quando o peso dentro da cabine ultrapassa o limite permitido, sensores interrompem o movimento como forma de proteção. Porém, em modelos antigos ou mal calibrados, essa função pode falhar.
2. Pane elétrica
Oscilações na rede elétrica, quedas de energia ou falhas no painel de controle podem desligar o sistema. Nesses casos, os freios de emergência entram em ação, parando o elevador abruptamente.
3. Desgaste mecânico
Cabos enferrujados, trilhos sem lubrificação, rolamentos danificados ou sensores desregulados acumulam falhas silenciosas que, com o tempo, resultam em travamentos ou paralisações repentinas.
4. Falta de manutenção preventiva
Muitos edifícios negligenciam as inspeções obrigatórias. Sem a manutenção regular prevista em normas técnicas como a ABNT NBR 16042 e NBR 15597, o risco de falhas aumenta significativamente.
5. Mau uso
Transportar objetos pesados, móveis ou produtos químicos pode danificar o sistema. Usar o elevador durante incêndios ou quedas de energia, além de ser contraindicado, é extremamente perigoso.
Quando o Elevador Trava, Pode Ser Mais Grave do Que Parece

A cabine para, o ar começa a pesar, a luz apaga — e o pânico se instala. É nesse momento que entra em cena o trabalho técnico de resgate em elevador, realizado por profissionais treinados, como os bombeiros ou os técnicos de elevadores.
O travamento não é apenas um defeito pontual. Frequentemente, ele é o reflexo de problemas acumulados e práticas irregulares, que se tornam evidentes apenas quando o sistema falha.
Como Evitar Problemas com Elevadores?

Procedimentos de Segurança: Como Funciona o Resgate em Elevadores Travados?

Quando um elevador para inesperadamente com pessoas dentro, o tempo parece desacelerar. Cada segundo se torna mais tenso, e a cabine, suspensa entre andares, transforma-se em um ambiente vulnerável. Nesses momentos, o pânico é um inimigo silencioso — e o improviso, um erro potencialmente fatal.
Por Que Não Se Deve Tentar Sair Sozinho?
A primeira reação de muitas pessoas é tentar abrir a porta ou sair da cabine por conta própria. Essa atitude, embora pareça lógica diante do medo, representa um enorme risco. Há casos em que passageiros tentaram escapar e caíram no vão entre o andar e o poço, com consequências graves ou fatais. Por isso, o protocolo técnico de resgate deve ser respeitado à risca.
Como Atuamos em Ocorrências com Elevadores Travados?

O resgate é responsabilidade de profissionais treinados — especialmente bombeiros militares ou técnicos habilitados pelas próprias empresas dos elevadores. Ao serem acionados, eles se deslocam rapidamente até o local e realizam uma análise inicial que inclui:
Identificação do tipo de elevador (hidráulico, elétrico, residencial ou comercial).
Verificação da posição exata da cabine.
Avaliação das condições elétricas e estruturais.
O objetivo é garantir a segurança total do resgate, sem comprometer a integridade dos passageiros e da edificação.
A Importância da Chave de Destravamento

Um dos principais recursos utilizados nesse tipo de operação é a chave de destravamento das portas de pavimento. Trata-se de um instrumento de uso exclusivo de técnicos e bombeiros autorizados. Essa chave só pode ser usada após confirmação visual da posição segura da cabine, alinhada ao piso. Abrir a porta sem essa verificação pode expor a vítima a uma queda no poço — um erro inaceitável.
Comunicação Constante com os Passageiros
Durante o resgate, manter a calma dos ocupantes é essencial. Os bombeiros instruem que ninguém salte, force a porta ou realize movimentos bruscos. Isso evita deslocamentos inesperados da cabine ou choques elétricos. A comunicação clara e o controle emocional fazem parte do protocolo de segurança.
A Participação do Técnico de Manutenção
Após a retirada dos ocupantes, o elevador não pode ser liberado para uso imediato. Um técnico especializado realiza a inspeção do sistema: freios, sensores de peso, painéis de controle, mecanismos de tração ou hidráulicos. Somente após essa verificação completa — conforme exigido pelas normas ABNT NBR 16042 e NBR 15597 — o equipamento pode voltar a operar.
Segurança é Técnica, Não Força
Ao contrário do que muitos pensam, resgates em elevadores não envolvem força bruta, alavancas ou tentativas manuais. Eles exigem treinamento, coordenação entre bombeiros e técnicos, e respeito absoluto às normas técnicas.
Queda de Elevadores: Mitos, Verdades e o Que Você Precisa Saber para Estar Seguro

Quando um elevador trava entre dois andares, uma das primeiras sensações é o medo. E, quase sempre, ele vem acompanhado de uma pergunta assustadora: “Será que o elevador vai despencar?” Esse pensamento é comum, alimentado por filmes de ação, lendas urbanas e falta de informação técnica.
Mas será que esse risco realmente existe? Ou estamos diante de um dos maiores mitos sobre elevadores?
A Verdade Sobre Quedas de Elevadores
Ao contrário do que muitos imaginam, elevadores modernos são extremamente seguros. Mesmo em caso de falhas elétricas ou problemas mecânicos, eles contam com diversos sistemas de segurança redundantes, como:
Freios automáticos;
Limitadores de velocidade;
Travas de segurança nos trilhos;
Amortecedores no fundo do poço;
Cabos de aço múltiplos e monitorados por sensores.
Esses sistemas funcionam de forma independente, justamente para evitar deslocamentos descontrolados. Se um componente falhar, outros entram em ação automaticamente. Ou seja: quedas livres, como as retratadas no cinema, são praticamente impossíveis em elevadores inspecionados e bem mantidos.
O Impacto dos Filmes e os Mitos que Persistem

A imagem do elevador despencando e colidindo com o chão em alta velocidade está presente em diversos filmes e séries. Isso ajuda a alimentar o medo coletivo e criar estratégias falsas de sobrevivência, como:
“Se pular no último segundo, você sobrevive.”
“Ficar em posição fetal protege os órgãos vitais.”
“É melhor sair da cabine e escalar para cima.”
Todas essas ideias são mitos perigosos. Segundo especialistas em segurança vertical, pular no último segundo não reduz o impacto; ao contrário, pode causar torções e lesões mais graves. A posição fetal não oferece proteção real contra quedas verticais de alta intensidade.
Qual a Posição Mais Segura em Caso de Queda?

Embora as chances de queda sejam extremamente remotas, se houver qualquer risco real de impacto, a posição mais indicada é:
Deitar-se de costas no chão da cabine;
Flexionar levemente os joelhos;
Usar os braços para proteger a cabeça e o pescoço.
- Essa posição permite distribuir o impacto de forma mais equilibrada pelo corpo, reduzindo o risco de fraturas em vértebras, tornozelos e crânio.
Por Que Não Se Deve Tentar Sair do Elevador?

Outro erro grave é tentar forçar a saída. Muitas pessoas acreditam que escalar para fora da cabine é mais seguro do que esperar socorro, mas essa decisão pode ser fatal.
Imagine que o elevador volte a funcionar repentinamente durante a tentativa de fuga. O resultado pode ser aprisionamento entre portas, quedas no poço, descargas elétricas ou até esmagamento mecânico. Por isso, a orientação é clara:
Fique na cabine, acione o botão de emergência e aguarde o resgate técnico.
Elevadores Antigos São Mais Perigosos?
Não necessariamente. Elevadores antigos podem ser seguros, desde que passem por manutenção preventiva regular e estejam de acordo com as normas técnicas brasileiras — como a ABNT NBR 16042 (manutenção) e a NBR 15597 (segurança para transporte vertical).
O verdadeiro perigo está nos equipamentos abandonados, sem inspeções periódicas, com peças desgastadas ou modificações fora dos padrões técnicos. A idade do elevador não é o problema — a negligência, sim.
Quando a Informação Vale Mais do Que a Força
Elevadores não despencam sem aviso. Quedas fatais são eventos raríssimos, geralmente causados por falhas extremas em locais onde não há fiscalização ou manutenção adequada. E ainda assim, mesmo nesses cenários, os sistemas de proteção costumam atuar de forma eficaz.
Manter a calma, entender os riscos reais e saber como agir é o melhor que você pode fazer por si e por quem está ao seu lado. Conhecimento salva. E no ambiente fechado de um elevador, isso se torna ainda mais verdadeiro.
Encerramento – A Importância do Conhecimento Técnico

Depois de entender os mitos, os protocolos e os fatos, uma coisa fica clara: a melhor forma de enfrentar qualquer situação dentro de um elevador é com informação.
Saber o que fazer, o que evitar e confiar na engenharia por trás desse transporte vertical pode ser o que separa o pânico da lucidez. Por trás de cada elevador funcionando com segurança, há profissionais treinados, normas rígidas e um sistema técnico criado para proteger vidas.
Valorize quem trabalha nos bastidores da manutenção e do resgate. Compartilhe esse conteúdo e ajude outras pessoas a se informarem.
Porque quando o inesperado acontece, a informação certa, no momento certo, pode salvar vidas.